Cresci.
A dor que encobre o peito
Torna negro meu sangue
Num instante muda meu jeito
E torno-me o Ódio pulsante
A mão de carinho se torna a mão do algoz
O olhar da criança se torna algo atroz
Torno-me fera e ataco o inimigo
A cada golpe calo sua voz
A cada gota de sangue derramada
Eu me torno mais Eu
E ele se torna mais o nada
E finalmente, quando morreu,
Percebo o corpo do pequeno infante
Agora vejo que não há dor bastante
Que possa me curar
Que faça colocar, novamente,
Meu seco coração a chorar
Aqui jaz o menino
Aqui nasce o Homem.