MORTE VIL POR AMOR (necrofilia?)

Em manchete de jornal:

"Matou a Mulher e enterrou no Quintal".

Ceifou-lhe a vida

Porque dele em excesso era querida,

Temendo-a por outro ser conquistada.

E a teve inumada

Em local nada distante

Para bem junto da amada

Estar a cada instante

Quando o desejo viesse.

Quem de amor muito padece

Não se espanta ou vê demasia

Que ele tão próxima então a quisesse.

Quem, sabendo-a morta, a desejaria?

Ora, a alma tem suas razões...

Dentre as mil humanas aberrações

Insere-se a necrofilia.

Por mais que desperte horror,

É um caso extremado de amor.

Ele, mesmo embalsamada, a tocaria

E a seu modo que expressa patologia

Para sempre a possuiria.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 17/09/2012
Reeditado em 19/09/2012
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