Claríssima

Alvíssima luz derramada

por capricho

do sol que prenuncia

outra estação

no seio desta

claríssima manhã

Viajo por linhas retas

e intermitentes

que passam por verdejantes vales

e montanhas imponentes

em perfeita comunhão...

-perfeitos Yin e Yang!

Aonde chegarei,

finjo ignorar

e garimpo palavras respingadas

do transbordamento

desta luz matinal...

-imperfeitos traço e forma!

Sob o céu sem nuvens

não me movo mais

repleto de cálculos e angustias

Movo-me como o menino que fui

em algum distante canto da memória,

em Salvador,

soltando pipa, jogando bola,

brincando na grama...

alegria plena de volúpia!

Em seu colo

descanso a fronte,

encontro o afago

e chego

a este lago sereno, este riacho caudaloso,

esta região desconhecida

que alguns chamam de lembrança...

Mas este oásis perene, este remanso recôndito,

este jardim florido,

- madrigal -

obra de divino cultivador,

não está situado em nenhum lugar,

e nunca saiu de onde está...

Adam Flehr
Enviado por Adam Flehr em 18/09/2012
Código do texto: T3888332
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