Sentistes?
Sabe aquela gélida sensação
Que petrifica o teu coração?
Quando você olha para os lados
E sente a presença fúnebre das brisas?
Já imaginou ser brutalmente perseguido
Por ecos de pensamentos obssesivos?
Em que você espera calado pra ser arrastado
Por essa enxurrada de gritos?
Encontro-me, agora, escondido
Neste deserto de medos
Ironicamente construído
Pelo destino do ermo
Quanto tempo foi perdido
Pra que eu pudesse perceber
Que minha pobreza de sentido
Era, na verdade, a riqueza do saber?
E é por isso que digo
Que irrelevante é o que não sinto
Nunca percas de vista
As pistas desse abstrato mundo
Porque, no fim de tudo,
São elas que dizem o que está mudo
E o que é ou não absurdo