LÁPIDE
Juro que eu te disse
Muito antes que partistes
Que o tempo acabou
Que o peito resvalou
Na ladeira do infortúnio
Que se meteu em um túnel
E nunca mais retornou
Juro que eu te disse
Mesmo antes que tu vistes
Que eu também iria embora
Que já estava na hora
Do dia acabar mais cedo
Na noite reinar o medo
Da bruxa contar histórias
Juro que eu te disse
Que nunca, jamais me mentisse
Nem era preciso mentir
Pois quando vim descobrir
O amor já estava morto
Mas o ódio era o oposto
Do que vim prá destruir
Minhas juras eram eternas
As tuas palavras meras
Que de nada me valiam
E assim numa lápide fria
Teu corpo agora descansa
Pois na ânsia da vingança
Muitos tem morte macia