GAIOLA DA LÁBIA
Na aspereza da língua
Há feras que se estranham
No ancoradouro dos sonhos
Há dinossauros abissais!
Em uma sala vazia mi léguas...
E eu me dobro engasgando as falas
Alargo os cantos da boca
E já se projetam às pressas
Amontoados de letras
Desabando os sentires
Domando até os ossos
QUE FERA podia ser o verso abordar
Sobre assalto? “É o barato da vez
O sapato que aperta, o calço em falho
Na miopia estrábica de o sonho que pesa”
No mundo de esconde, esconde
Não piscam avisos reflexos
Enquanto um sorriso morre um outro meio malandro
Pra luz do teu rosto se foca
Ainda que bobo que me acorde
Em teus olhos de manhã
Acorde pras feras que ladram!