INERTE

Nos veios e ranhuras da minha pele
O extrato de mirra e os segredos de uma unção divina
Adoçam as lágrimas que dos meus olhos caem e
Logram a saudade dessa estrela solitária e fria.

Neste ergástulo onde só a sua mão pode chegar
O meu amor é apenas um sonho, um canto íntimo
Banhado na luz dos círios
E no resplendor do eco da minh'alma.

Enquanto eu
Inerte
Olho as estrelas e as nebulosas
Fazendo-me carne e amor
Moldada neste tálamo de fios
E pétalas de rosas...

Lá fora,
O mormaço da tarde
Deixa impresso na argila dos teus olhos
O gozo e  tristeza macerados em lágrimas
E sementes de calêndulas,
Nos dando certeza
De que a lua ainda dorme aqui
No meu lençol...

  
                                                         
Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 19/10/2012
Reeditado em 08/11/2012
Código do texto: T3941025
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