Abstinência
Pela luz dos olhos Teus
Vejo os olhos meus
Tão perdidos e confusos.
Este ser vagabundo
Que na poesia
Criou seu modo de criar a vida,
Perdeu-se nos teus labirintos labiais
A procura de vestígios, sinais
De um prazer restrito,
Proibido...
Ah! Corpo
Corpo que a meu corpo toca
Houvesse uma viola, um instrumento agora
Pra primeira nota de uma canção
Selaria com glória, então,
A sina de meu ser:
Menina, se de ti me afastar
Certamente irei morrer
Não por exagero tal
Não de angústia de viver
Não da solidão mortal
Mas por abstinência de prazer,
Esse prazer vadio e carnal.