Nada venero

Nada venero

Nem sonhos

Nem desejos

Nada espero

Do que sinto, ouço

Ou do que vejo

Só sei esperar

O sublime momento

No pós-trevas

Doce alento

Nada venero

Nem deuses

Nem quimeras

Nem ódio

Nem amor

Desses todos

Nada espero

Ofegante

Cansado de correr

Pôr-me-ei em andança

Calmamente

Como curiosa criança

Olharei tudo ao meu redor

Contemplarei a cada passo

Uma respiração de vida

Num súbito desejo de morte