MESTRE

Dá-me a tua tristeza
porque dela é feito o pão
que alimenta minha boca

e do teu suor sempre a verter
em tua fronte - dá-me de beber!
apascenta, pois, a sede que só faz retesar
meus lábios (mudos!)

e nas dores do teu caminhar (vacilante)
ante o peso do teu cansaço
a vergar-te prumo na sombra do meio dia,
aconchega-me
reverbera meus olhos na brancura do teu olhar
infinito olhar de ave sem ninho...

dos teus medos - quero saborear apenas
a casca
conjugar o céu e o mar
presos no infinito labirinto da tua mente
quando ao anoitecer
a elucubração toma o teu espírito
branco alvo indelével...


Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 01/11/2012
Reeditado em 01/11/2012
Código do texto: T3964034
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