936 ou qualquer outro

15:45, esperava.

Dia abafado insuficiente para a primavera.

Entramos, poucos bancos.

O ar quente se misturava com a poeira,

engarrafada.

E depois de 2 horas ainda estávamos ali.

Prenúncio de Finados, prenúncio da fuga de quem procura o tempo da distração.

Estávamos ali, tão inquietos e tão distantes.

Pela janela sentia-se o o som da cidade: buzinas, motores, vendedores de água mineral. Sono.

E depois de três horas estávamos ali.

O ambiente se modifica de acordo com a necessidade,

ninguém é uma ilha.

Devagar acontece:

Minha filha faz curso de depilação no Senac, ela quer fazer mecânica. O namorado dela é um acomodado. Dei um rádio para ela e ela deu para ele. Ele queria que eu pagasse a conta.

Eu faço engenharia na UFRJ, estou exausta.

Eu moro em Caxias, faço estágio no Fundão e faculdade na Uezo, vou perder a aula de hoje.

Você namora?

Não tenho tempo pra isso. No fim de semana tenho inglês. Vou fazer o Enem meu sonho é entrar na UFRJ.

Não é difícil entrar, difícil é sair.

E eu que pensei que ia chegar cedo hoje, faço faculdade.

Aos poucos várias vidas tão distantes se cruzam, se tocam, se misturam, se compartilham.

Por alguns momentos surgidos da urgência da comunicação do ser humano, conhecemos

Vidas que se cruzam nos engarrafamentos da cidade.

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Carmem Maria Carvalho Bastos
Enviado por Carmem Maria Carvalho Bastos em 02/11/2012
Reeditado em 02/11/2012
Código do texto: T3965064
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