MEU PITIGUARI!

Canta meu Pitiguari.

Dissipar-se, deságua suas afeições.

Propensão tendenciosa involuntária

Não mais ordinários do seu eu, do seu ser,

enquanto julga sua vocação.

Seus limites, seu breque que assolar,

maltrata flagelando-se seu coração

que já não o respeita mais.

Isso por amar incondicionalmente...

Pensativo, sem alma vaga contra os ventos

como zumbi mesmo de dia.

Matutas mil maneiras de coincidir com os encontros,

sacia-se seu desejo feito gole de cachaça para com

seu dependente.

Dependente do querer, que mata e maltrata sua paixão.

Sei lá parece uma guerra travada entre seu eu e o desejo.

Seu apetite feroz compulsivo o faz chorar sem deixar cair lágrimas.

Só lhe resta a promessa que caiu no descrédito.

Mas canta, canta sua solidão, ensaia sua alegria,

remete-se ao remediável.

Supera suas aflições depois do remédio degustado,

seguindo o que Deus deixou.

O remédio do tempo que no geral cura qualquer angustia.

Vem meu pitiguari e solta teu canto anunciando que:

“Quem partiu já vem”

Traz noticias, canta, mostra para mim que ainda vives.

Lembro que quando criança era comum sua presença.

Que seja o meu amor e se me amas vem mim ver...

“Quem partiu já vem”, “Quem partiu já vem”, “Quem partiu já vem”.

Canta meu Pitiguari.

Escrito em 02 de novembro de 2012 , por Orlando Oliveira.