TANTO ASSIM QUE...

Às vezes, luto e me esforço

Em batalhas desiguais,

E ainda sinto remorso

Por não ter lutado mais.

Trabalho até que, extenuada,

Em suor me vejo esvair.

E assim, fico tão cansada

Que não consigo dormir.

Às vezes, a dor que eu trago

E tanto tento esconder

Eu mesma alimento e afago

Para que possa crescer.

Meu coração não desiste

De em vão de novo esperar.

E assim, eu fico tão triste

Que não consigo chorar.

Às vezes, em meio ao drama

Da vida - lento martírio,

Eu chego a cair de cama,

Ardendo em febre e delírio.

E a morte até se ressente

De em tanta dor se envolver...

E assim, eu fico tão doente

Que não consigo morrer.

Às vezes, acho-me feia,

Desajeitada e insegura.

Há algo em mim que receia

Jamais estar à tua altura.

Escondo-me nalgum canto,

Só pra não te incomodar...

E assim, eu te amo tanto

Que não consigo te amar!...

13/11/2012

Mauren Guedes Müller
Enviado por Mauren Guedes Müller em 13/11/2012
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T3984583
Classificação de conteúdo: seguro