Ela

Descobri que Ela

não é osso putrefato

em seu túmulo.

Ela está viva dentro de mim.

Acordado,

Ela aparece de forma

muito fluída.

Dormindo,

Ela vem com uma forma

muito densa,

corpórea mesmo.

Sempre se manifesta:

quer seja em lembranças,

quer seja em sonhos,

quer seja em pesadelos,

quer seja em neuroses

(como agora).

Ela só morrerá quando eu morrer.

Outro dia ela me chamava...

Queria que eu fosse com ela.

Recusei.

Tenho muito o quê ainda lembrar.

Tenho muito o quê ainda sonhar.

Tenho muito o quê ainda viver.

Ah, Ela... Quem é?

Manu . Ela.

*

"Escrever é desfazer-se de seus remorsos e rancores"

Emil Cioran.

Leonardo Lisbôa – Barbacena, 07/11/2000

POEMA 840 – Caderno: Amor Dormido e Sonhado.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 14/11/2012
Reeditado em 15/11/2012
Código do texto: T3985216
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