Caminho de duas

Desabitada

não mais duas sombras

caminho de duas

agora de uma só

sem conselhos e zombarias irônicas

incompleta a estrada da vida

cultivada uma infância de fantasia

resta um andar sóbrio,

o peso nas costas

o presente é castigo

eu sei que fui leal,

torturo meu ser flagelado

a razão me apunhala,

não faz sentido.

Estou em duas, me abri ao meio

alma espírito e coração pisoteado,

eu jurei que só havia você

e por minha jura morri

desfazendo o que havia de você

desfazendo o tudo

pois eras tudo pra mim

sem você eu me perdi,

nunca fui muito sem você,

com a espada de minha própria palavra

vagar a esmo é destino

porque me abandonou

a morte é só detalhe

quando a música perde a melodia,

você me lacerou quando provou

que pra você não havia mais canção,

o acaso me fere como espada invisível

eu te pus num patamar,

amiga de alma

porém não mais regressará.

Helena Dalillah
Enviado por Helena Dalillah em 14/11/2012
Reeditado em 19/11/2019
Código do texto: T3986389
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