CONSCIÊNCIA NEGRA
Ainda tenho as marcas do chicote
E o som dos tumbeiros a gemerem de dor
Pelo Atlântico a fora
Ainda tenho a carne dilacerada
Adoçada com garapa dos medonhos engenhos
Que tive que moer
Ainda tenho nas unhas
Encravadas de cascalhos
A aluvião gélida dos rios de Serras Gerais
Ainda levo no sangue
O café tão amargo dos tempos
Dos avós de meus avós
Ainda guardo na memória
A consciência de África
E a origem de nossa origem
Para jamais esquecer
Que fomos nós, que construímos esse país.