Alma das Coisas

Coisa boa é a lembrança

(saudade doída é doida).

Ela é uma magia...

Basta lembrar e se é transportado

para outros tempos, outros lugares.

Transporto-me para a casa

que possui minha memória infantil.

Visito cada cada cômodo.

Visito cada hora que ali vivi.

Eu passeio pelo jardim.

Eu revejo cada planta.

Visito o barracão dos fundos

onde ficava tudo aquilo

que havia sobrado

e não se usava mais.

Ali ficava

Quer fazendo raias,

Quer folheando revistas velhas,

Quer mexendo em alguma coisa.

Eu passeio pelo pomar.

Chupo uma lima

e subo na ameixeira.

Volto à atualidade.

Que bom que se perdermos no tempo

as coisas que são físicas,

as suas almas ficam escondidas

dentro da gente!

Quando elas sentem saudades de nós,

nos chamam à lembrança se materializando

e voltam a existir em nossos pensamentos.

Leonardo Lisboa, Barbacdena, 10/11/2000

POEMA 845 – Caderno: Amor Dormido e Sonhado.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 20/11/2012
Reeditado em 20/11/2012
Código do texto: T3995451
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