Olhar insinuante
Sentindo uma saudade fatídica
Sem ninguém pra conversar
Saí sem rumo pela cidade
Nervoso, com ansiedade.
Parei num recanto num bar
Procurei um canto isolado
À sombra de uma amburana
Puxei uma cadeira e sentei.
Fiquei batendo a pestana
Refletindo o meu passado.
A garçonete aproximou
Olhou-me por alguns instantes
Com um olhar insinuante
E perguntou se eu estava bem
Infelizmente não estou.
Pedi uma cerveja gelada
E uma fatia de limão
Queria afogar minha saudade
Minha única necessidade
De eliminar a solidão.
Derramei a bebida lentamente
Desenhando no copo muita espuma
Esperei o momento exato
E molhei completamente o meu tato
Na sequência ele acostuma.
Sobre a mesa meu celular
Tendo a solidão como escudo
Como eu se manteve mudo
Porém não pode tomar
Sob a arvore daquele bar.
A bebida já estava doce
Mais antes amarga fosse
Como a dor que residia aqui em meu peito
Causando inúmeros danos
Mudando como cigano.
Busquei o fim pedi a conta
E saí trocando os passos
Despedi da garçonete
Mas antes te dei um abraço
Deixei outra saudade pronta.
Francisco Assis Silva é Bombeiro Militar
Email: Assislike@hotmail.com