Olhar insinuante

Sentindo uma saudade fatídica

Sem ninguém pra conversar

Saí sem rumo pela cidade

Nervoso, com ansiedade.

Parei num recanto num bar

Procurei um canto isolado

À sombra de uma amburana

Puxei uma cadeira e sentei.

Fiquei batendo a pestana

Refletindo o meu passado.

A garçonete aproximou

Olhou-me por alguns instantes

Com um olhar insinuante

E perguntou se eu estava bem

Infelizmente não estou.

Pedi uma cerveja gelada

E uma fatia de limão

Queria afogar minha saudade

Minha única necessidade

De eliminar a solidão.

Derramei a bebida lentamente

Desenhando no copo muita espuma

Esperei o momento exato

E molhei completamente o meu tato

Na sequência ele acostuma.

Sobre a mesa meu celular

Tendo a solidão como escudo

Como eu se manteve mudo

Porém não pode tomar

Sob a arvore daquele bar.

A bebida já estava doce

Mais antes amarga fosse

Como a dor que residia aqui em meu peito

Causando inúmeros danos

Mudando como cigano.

Busquei o fim pedi a conta

E saí trocando os passos

Despedi da garçonete

Mas antes te dei um abraço

Deixei outra saudade pronta.

Francisco Assis Silva é Bombeiro Militar

Email: Assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 26/11/2012
Código do texto: T4005486
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