Quando um poeta se cala

Quando um poeta se cala, a vida também se aquieta.

Não se tem mais as palavras, todos os versos se desfazem.

Silencia o riso, a alegria, silencia a vida.

Perde-se o calor do sol e o brilho das estrelas.

As rosas perdem seu perfume, os pássaros já não sabem cantar.

Morre a ideia da vida, morre os sonhos e as ilusões.

Morre as plantas no jardim, morre o botão em flor.

Quando um poeta se cala, cala-se também as cachoeiras.

As borboletas prendem suas asas, se esquecem de como é voar.

Não há mais os beija-flores, nem os jardins pra voejar.

O mundo perde o encanto, não se tem mais versos nem poesias.

Quando um poeta se cala, é uma alma que se finda.

É um anjo de asas quebradas, que não consegue chegar ao céu.

São violinos sem cordas, são sinos sem repicar.

SP/10/2012*