O ciúme e a traição

Calaram-te essa voz triste e chorosa,

Sabe quem eu te amei!? Querida moça!

Tu és minha mulher tão amorosa!

Em ti, minha paixão, ninguém remoça.

E sim, certo; o teu rosto é perfumoso

Fico quieto, negas que eu te queira

Quem amas o outro autor, serei maldoso

Sempre sofro, a braveza em quinta-feira.

Sofri, me machuquei e chorei tudo!

- Eu morri tanto amor! O medo pálido!

Não me inspiro senão viver o estudo

O maldito escritor, lírico e plácido.

Odeio e rasgo a tua carta escrita;

Tu que escreveste a minha musa amada

Deu-me a sanha malvada que foi dita

Bato-te a luta forte e revoltada.

Brigas briguentas, brisas batalhadas

Belas batalhas, bocas bestiais;

Balcões, barcos. Barreiras bem brotadas

Balouçadas, bocais, brandas, banais.

Lá tem uns homens maus com desrespeito,

Beijam as lindas musas sem pudor

No navio, os barqueiros do despeito

As outras lhe taparam, nem amor...

Quer nos outros amores, são perdidos

Isto as tuas mulheres vão chorar

Viverão em perigos mais sofridos

Partem os corações, não hão de amar.

Autor: Lucas Munhoz (Poeta rapaz) - 29/11/2012

Lucas Munhoz (Poeta clássico)
Enviado por Lucas Munhoz (Poeta clássico) em 29/11/2012
Reeditado em 29/11/2012
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