PEREGRINO

PEREGRINO

Meu verso vai andando vida a fora...

colhendo a poesia nos desvios,

nas casas cata rimas, se enamora...

de olhares, de cantigas, de vazios.

Meu verso passa livre pelas ruas

e colhe a solidão das madrugadas,

viaja na saudade triste e crua,

abraça os andarilhos das estradas.

O verso vive andante, sem descanso

procura em cada curva do caminho:

os lagos do amor... calmo remanso

e o voo, o canto audaz de um passarinho.

Meu verso ao meu redor, sonha e passeia

e colhe a palavra em cada canto...

se embrenha no obscuro, se incendeia,

clareia o beco, a dor, o desencanto.

Meu verso anda solto, livre e puro,

exala o doce cheiro da emoção,

e brinca qual criança, pula o muro...

liberta o ser cativo da razão.

Meu verso companheiro de jornada,

transcende meu olhar, vê mais além,

viaja mar a dentro, cruza o nada,

retorna de manhã, na espuma vem.

E fala dos segredos e mistérios,

renúncias que brotaram de paixões,

nascidas sem razões e sem critérios,

apenas sentimentos, intensões.

E o verso continua em movimento,

tragando o doce ar das alvoradas,

do dia, da saudade e do lamento,

repondo as rimas vãs encabuladas.

Assim meu verso anda, volta e meia

confere a vida aqui, no vivo instante,

traduz o céu azul, a lua cheia...

e acalma o meu avesso inconstante!

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 06/12/2012
Código do texto: T4022679
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