,escuto-me

(I)

quero saber-me assim quieto, em sossego,

neste meu inóspito e distante desaconchego,

seja da canção cendrada,

seja-me da noite iluminada,

,que seja deste meu sonho em desassossego.

(II)

da saudade.

surdo, mudo, e nada muda,

nem o desassossego,

nem os passos tidos por perdidos,

distâncias.

,escuto-me.

,morrem-me as saudades de tão gastas,

de tão repetidas,

esfarelam-se,

e quando regressam impiedosas,

agito-me, revolto-me, rendo-me,

,como se a lua só tivesse uma face,

,como se a lua só tivesse uma fase,

e só escuridão pernoitasse no meio.

(III)

,o meu mar jamais será umbroso,

reflete o azul do céu,

reflete-me,

e repito-me no desassossego que quero em sossegos,

“- deixa-me vogar pelas vontades das ventanias”.

[, o sal seca-me, engelha-me, arrasta-me].

Nkisi
Enviado por Nkisi em 17/12/2012
Código do texto: T4040252
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