871 Pescador

No ar

um cheiro de peixe

cheiro de lambari

cheiro de pai

chegando da pescaria.

Samburá cheio.

Peixe morto.

Às vezes, alguns vivos.

Na antiga cozinha,

cheiro de peixe

cheiro do pai

preparando-se pala almoçar.

Frigideira repleta

do óleo quente.

Peixe frito.

Às vezes torrado.

No ar

um cheiro de peixe

só o cheiro

sem lambari

sem mais o pai.

Às vezes as lembranças vêm,

outras as pessoas se vão.

Leonardo Lisboa.

Barbacena, 28/11/2000

Poema 871

Caderno: Poesia Efervescente.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 27/12/2012
Reeditado em 14/09/2016
Código do texto: T4055579
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