Como assim?
Pediu para que eu escrevesse na tua ausência.
Depois de ter arrancado de mim o simples desejo de recitar
Fez de minhas palavras, munição para me ferir.
Fez de meus poemas, armas mortais.
Julgou-me pela utopia.
Crucificou-me por minha arte, meu dom.
E agora me pede que escreva o amor.
Que amor?
Castrou-me literalmente.
Arrancou-me qualquer esperança de voltar a crer em mim.
Sinto-me fracassada.
Perdida, menosprezada.
Mas ainda quero acreditar.
Ainda assim
Espero um dia conseguir amar!