Como assim?

Pediu para que eu escrevesse na tua ausência.

Depois de ter arrancado de mim o simples desejo de recitar

Fez de minhas palavras, munição para me ferir.

Fez de meus poemas, armas mortais.

Julgou-me pela utopia.

Crucificou-me por minha arte, meu dom.

E agora me pede que escreva o amor.

Que amor?

Castrou-me literalmente.

Arrancou-me qualquer esperança de voltar a crer em mim.

Sinto-me fracassada.

Perdida, menosprezada.

Mas ainda quero acreditar.

Ainda assim

Espero um dia conseguir amar!

Sandra Remedi
Enviado por Sandra Remedi em 31/12/2012
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