O torpe badalar da última hora
Espalhando-se em vias de mão dupla,
nascem as quase vinte e quatro horas
do mesmo recomeço de antes,
travestido do branco de outra vez.
Surgindo por detrás das velhas preces,
criam-se os vestígios do outro novo.
Natimorta a audácia,
desenrola-se o ciclo de ressurgências.
Trincou o vidro da janela,
atrapalhou o tráfego,
estourou o rojão.
Todo o transitório fixou-se na passagem.
E crescem os jargões saudosistas,
ungidos pela inimputável nostalgia,
abraçam-se ao diferente.
Mesmo que apenas só por momento.
Amanhã topa-se no agora,
noite e madrugada de hoje
são os primeiros esboços do que virá.
Lapida-se o brilho dos esmorecidos erros.
E erra-se. Erram-se. Erramos.
Erremos. Erraremos.
Só sobrará a certeza do engano
e o alívio do recomeço.