Eu poesia

Ainda não era dia e entre sonhos e devaneios

a poesia sem pudores já me seduzia

Os raios do sol ainda não despontavam

e fui despertada com o seu sopro em minha nuca...

Sem reservas, tomou-me em seus braços

sussurou em meus ouvidos frases desconcertantes

Sem licença poética, invadiu meus pensamentos

e dominou os meus sentidos...

E eu, totalmente entregue aos seus desejos

Levitei ao encontro da satisfação

Envolvida e dominada, não pensei (nem quis pensar)

Sentir o toque suave das palavras é uma dádiva

E elas, entre suspiros me diziam baixinho:

Eu explosão e agonia

em um coração dilacerado e transparente,

Sou vontade que vem e passa,

Sou paixão que perturba e se desfaz,

Sou encatamento e alquimia,

Sou simplesmente, poesia.

31/07/12

Elô Araújo
Enviado por Elô Araújo em 03/01/2013
Reeditado em 06/01/2013
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