Alma ébria
Hoje vou provar de mim
Do tinto vinho que escorre
das veias da existência elétrica
frenética, às vezes patética...
Patética, por que não?
Beber do meu sangue doce
Me embriagar do meu fel
Vou bailar toda esta noite
E dormir em lua de mel
Namorar a minha alma
Com meu ser me acasalar
Não temer nem perder a calma
Meus segredos desvendar
Ver-me, a mim, frente ao espelho
E encher de novo a taça
Colorir-me de vermelho
E ao mundo, só de pirraça,
Erguer um brinde sem graça
E depois ébrio de mim,
Do meu ser mais vagabundo
Vomitarei todo o tédio
Que me faz ser moribundo
Aí seguirei meu caminho
E já não vou estar sozinho
Vou comigo até o fundo.