ESCRAVO BRANCO

Não tenho liberdade, não delego nada...

Sou totalmente inerte, pois não mando em mim,

Teu canto da sereia linda e cobiçada,

Entrou na minha vida e me deixou assim...

Carente dos teus olhos, servo dos desejos!

Capacho dos feitiços da tua ternura...

Perdido nesse poço de infinitos beijos,

Vivendo a venerar tão bela criatura...

Se eu durmo, me visitas n'um profundo sonho...

Se escrevo, estás presente em tudo que eu componho,

Joguei meu coração nesse feliz barranco...

E vivo tão feliz, nesse adorável mundo,

Que joguei tudo fora, virei vagabundo,

E me tornei somente, teu escravo branco...

(Nizardo)

Poesia registrada.

Xerinho.