Rimas
Palavras! Cansada delas.
Entrelaçadas, risadas, brincadas, jogadas
Me mostre onde se desliga essas malditas rimas
Estou morrendo de amor... Apaixonada por palavras
Que vão se lançando e penetrando meu peito...
Como uma flecha!
Incerta de amor, certeira na ponta a dor...
Uma lança feita de ardor...
Um eixo, que me faz cair o queixo
Que me mostra o seu medo... E sua cor
Não corra tanto, não jogue tanto...
Com essas sórdidas e felizes palavras
Bem colocadas...
Rimas já não importam tanto
O que tem me alegrado?
Apenas
O suave e doce emanar desse pranto
Do crepúsculo nascido
Na escuridão estabelecido
Por tuas palavras proporcionado
Em centenas
Meu verbo já não mais é
O início
A antiga conjunção
Meu maldito vício
E a vida não mais conjugada
O que é?
Só a minha alma cansada
Religião sem unção
Meu corpo profano que ainda te quer
Sagrado e profano... Misturando-se no plano
Do não amor... Mentiroso e insano... Me amas?
Me apaixonas? Me inflamas? Me desejas?
E nem sequer descansa minha alma...
Sinto teu arco... Inchado de flechas...
Dardos de pontas envenenadas... Palavras,
(in) versos e rimas que ferem minha carne
e minha alma contaminam...
Ao teu prelúdio imploro: -“ Onde desligam essas rimas?”
* Margô Antunes e Du Domeneghetti
09/03/07
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* Margô Antunes é pseudônimo de Marcelo de Andrade