Blindado em Risco

A alma outrora deserta envolta em um véu de descrença e dor, vagava por entre espinhos desconhecidos e sonhos desfeitos em lágrimas. O coração sem compasso sobrevivia à margem do torpor, o olhar já não via a luz que invadia as trevas todos os dias.

Ah, mas que estranho sentimento desassossega a alma outrora deserta?

A vontade de reviver e sonhar já não é um sonho impossível. A insana alma outrora deserta volta a respirar, sentir e, atrevidamente, pensa em viver. Que absurdo! Exclamaram os descrentes.

Como pode pensar em viver, se durante anos esteve inerte tal qual sepultada em um coração blindado? Que tolice!!!

Ao fechar os olhos, a alma outrora deserta se ver longe da dor que a acompanhou durante anos. A alma mesmo deserta é boa, embora triste. Sobre os ombros trazia o peso de todos os mundos e incertezas.

Mas um raio de luz, ainda tênue, brilha diante da estranha imagem da outrora alma deserta. O que será isso? Indaga-se entre olhares surpresos e descrentes.

Não tem explicação, apenas que a alma outrora deserta, hoje está feliz. Muito feliz. Talvez seja só a mudança de estação.

Tempo quente.

Coração aquecido.

Desejos em ebulição.

05/04/11

Elô Araújo
Enviado por Elô Araújo em 11/01/2013
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