Primaveril Velhice
Tal qual a pétala a cair
A cada ano,
Se equivale uma beleza a menos
E uma outra beleza, a sobressair
Na dança do outono de outrora
Era ela menina
Desabrochando para a vida
No leve compasso da aurora
Porém, ao fim do então inverno,
Observa triste o espelho
Descontentamento derradeiro
Frente ao iminente término
Finda o viço da juventude
Dos ingênuos sonhos
Do brilho dos olhos
Da tão magnífica inquietude
No salão dos espelhos
Revoga, analisa, revisa,
Se reforma e retoma
Quer evitar repetir os erros
Bailarina dos tempos
Senhora da vida
Sabe da verdade
Enfim, a liberdade.