De açúcar e aço

Sim, sou de açúcar.

Sou o doce na boca da menina,

o mel dos xaropes caseiros

e a glicose no sangue do bêbado.

Sou o açúcar,

refinado de educação,

light por opção

e mascavo por devoção.

Sou aquele último grão de açúcar

que dá o melhor sabor ao café,

Sou aquela xícara e meia de açúcar

das receitas da vovó

e o pote de açúcar vazio de alguns diabéticos.

E mesmo sendo de açúcar,

saio que nem um louco na chuva para

regar minha alma, limpar minha

consciência, mergulhar na

doçura dos lábios dela.

Sou de açúcar,

desde o primeiro guarani, desde a união das utopias,

desde as últimas caravelas... sou o açúcar que

sempre se dissolve.

Sou, sou de aço ali, de aço cá.

Sim, sou de aço!

Assis William
Enviado por Assis William em 15/01/2013
Reeditado em 16/01/2013
Código do texto: T4086964
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