Amor Shakespeariano

Os nossos sonhos de uma noite deverão

Ser, um dia, transformados em realidade

Destruindo, assim, a companheira solidão

E afastando para todo o sempre a saudade

Mas infelizmente tristeza é o meu fardo

Ela se aproxima, essa megera, do nada

Como se estivesse numa tragédia do Bardo

Sinto a minha pobre alma ser soterrada

E então relembro seu olhar tão belo

Mas sei que vivos não podemos ficar juntos

Quiçá eu resolva fazer como fez Otelo

Para que nós unamo-nos como defuntos!

Mas dessa forma eu não poderia admirar

Aquele que é o ser mais belo da natureza!

Afirmo que nem mesmo o céu nem o mar

É merecedor dessa incomparável beleza

Ah, bela donzela, como eu quero te despir

Amá-la; recitar-te um verso de Shakespeare;

Mostrar-te meu amor na forma de um soneto

Mas não posso; sou Montecchio e você, Capuleto

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 18/01/2013
Reeditado em 25/01/2013
Código do texto: T4092202
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