Kátia´s wall
O monstro do absurdo percorre ruas.
Usa salto agulha e cartola de couro de castor.
Derrama Chanel n.5 em casas, moradores e seus hóspedes.
Faz uma pausa - desenha o sol sorridente na areia.
Pisa nos gramados, quebra seus jarros.
Semeia dados em meu jardim (a espera de que germinem).
Exala volúpia, luxúria e “pouco-caso”.
Tem unhas de vinte e três centímetros.
Em sua dieta - loucos, artistas e crianças.
Usa régua para medi-los antes de degluti-los.
Poetas desconfiados se escondem em becos escuros.
Mas perto das farmácias, ao alcance dos remédios.