,algures, tardiamente

,que o tempo não pare, nem deixe de parir tempos!

(I)

,e eu abrando,

repetem-se cenas, visões, nenhures imaginados,

criações sem nuvens em redor, ou alfazemas do campo

agarradas à terra seca, gretada,

,e eu abrando,

,o amar torna-se ridículo,

quando regressam os odores conhecidos,

como se à tarde existisse sempre, sempre

um esconder do sol,

,ou um poema por ler.

(II)

,transmuda-se a pele em escamas,

pela viagem sem partida, sem gestos,

mímica que os nevoeiros escondem,

tapam,

,lenços brancos esvoaçam símiles a bandos

de pássaros em migração constante, sem tino,

sem rota,

loucos.

(III)

,quantos os loucos.

(IIII)

,um dia abate-se o céu pelo peso das estrelas,

,eu, abrandar-me-ei,

agitando esse pó que me cobrirá

inexoravelmente,

implacável o ondear sem reflexo, nexo,

figuras, sombras, pessoas,

uma amálgama que se debaterá então.

,o tempo parará a loucura,

,as aves morrerão em pelo voo, suspensas,

acamadas nos cirros estáticos, eternizados,

enraizados no parir dos tempos.

(IIIII)

,e eu repetirei-me-ei,

,sem pejo, impedimento;

“-As amendoeiras renasceram em flor, algures, tardiamente.”

Nkisi
Enviado por Nkisi em 30/01/2013
Código do texto: T4112974
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