Dualidade

Esse meu querer é demasiado
não cabe somente em um coração
esse meu amor não é bem comportado
não vai simplesmente em uma direção
esse meu olhar é um tanto quanto abusado
e até um pouco leviano
atende ao chamado de outros olhos
quando neles há um brilho
ou um apelo deliciosamente mundano
o meu coração é meio doidivanas
ah, não pude evitar essa palavra de outros tempos
é que sou amante à moda antiga
e me rendo fácil a algumas expressões levianas
Como assim? Vulgaridade?
Não!
Aceito a sinceridade como conceito
atrevo-me a ter o meu direito
a ser o que sou de verdade

E vou me deliciando quando amo
e será que não amo em algum momento?
Esse jeito de gostar em demasia
essa benevolência que me dá quando o vejo
e todo esse oceano sentimental
faz de mim uma mulher única
e ao mesmo tempo tão igual
a tantas Marias, Joanas e Lias
que trazem em si a poesia
a volúpia e arte de seduzir

Porque a gente é assim:
uma terra de ninguém e de todos
um deserto desolador e um oásis
um grito de desespero ou uma sinfonia
a gente é noite e dia
"dicha e quebranto"
Gratidão e lamento
surpresa e espanto

Eu sou.Você é?


 
amarilia
Enviado por amarilia em 03/02/2013
Reeditado em 01/12/2015
Código do texto: T4121501
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