BELEZA FEMININA

Tua beleza juvenil
É tal céu azul-anil:
Nada lhe rouba o charme,
Não há cinza nuvem que desarme
Um olhar faminto e sedento.
Exorciza o desalento!
Céu de teu visual é sorriso às escancaras,
Não tem flacidez, varizes ou escaras,
Essas ameaças torturantes
Se te abaterem far-se-hão em longínquos instantes,
Não para agora, ou prazo médio.
Desdenha do tédio,
Espanta a melancolia,
Para as depressivas ameaças
De há muito há remédio.
E olha: a quem vê o limpo céu
Pouco se dá
Se uma e outra nuvenzinha há.
Importa o todo que à vista se expõe
Nunca mero detalhe que se interpõe
Entre os olhos e a aquarela do infinito.
(E cá entre nós dois:
A feminina beleza está nos olhos de quem a vê
É de foro de quem olha
Se ela é de menos ou demais,
Somos - não te esqueça - todos animais,
Em tal particular questão
Vivemos em realeza
De toda mulher, a beleza
Está no império do tesão
E aqui, o celebrizado padrão
Não raras vezes vai ao chão
E a preferida tem a cara do cão).

Assim, nem te preocupa ou questiona,
Como agora, lá no futuro
-Teu grande medo esconjuro-
Alguém por ti se apaixona.


 
Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 05/02/2013
Reeditado em 29/10/2016
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