Pesadelo real
O quão vulgar é esse lugar
Mal frequentado, sujo, inapropriado
Carregado com energias infames
De infelicidade, fel, vexames...
Tão pífio que é,
Trás à tona o pior de meus lados;
A crueldade, a desfaçatez
O amargor, o peito dilacerado!
Com tudo de asqueroso
Desolador, baixo,
Deprimente, lamentoso -
Que representa tão fielmente!
De equiparado, apenas o ânimo!
Porque o reconhecimento,
O açúcar e o regalo,
Esses, caíram no esquecimento;
Corrupção ativa,
Luxúria, lascívia
Excessos de preguiça
De devassidão!
E quero ver-me livre
De tão insalubre ambiente
Posto que ali não me encaixo
Não faço parte de niente!
Faço força para me libertar
Mas há um fio que segura,
Que impede a vida de andar
Já beiro o desespero...
Desejo a luz,
Apartar-me desse vespeiro!