ONDE NASCEU A BELEZA?

ONDE NASCEU A BELEZA?

Segundo Jorge de Altinho e cantado por Luiz Gonzaga, a beleza nasceu nas margens do São Francisco. Beleza essa que cantamos anos a anos e que cresce em todos nós o orgulho de ser nordestino. Mas até quando poderemos cantar as belezas do velho Chico? Assistimos dia a dia a morte do rio, pedindo socorro, gritando com suas mansas ondas, se afogando em bancos de areias, desnudando de suas águas. Enfrentamos essa realidade onde as belezas de suas margens Já não são mais aquela dos versos de Petrolina... Porem a beleza nasce todas as manhãs ao abrimos os olhos em frente às margens do Velho Chico. As fronteiras das invasões que fazem a diferença com a beleza natural da vida do velho Chico e de toda sobrevivência dos ribeirinhos, sendo esses fertilizantes dessa terra, adubo da liberdade e igualdade social. Por favor, salvem o Rio São Francisco... Existem varias ondas da beleza no Velho Chico. A beleza natural o próprio rio e a beleza artificial que é sua transposição sem planejamentos, sem idéias sustentáveis transformando alegoria de curto tempo que com a chuva sua fantasia se desfaz feito papel crepom. Outra a beleza da mulher, mãe que alimenta seus filhos feitos os peixes que alimentam os pescadores e aventureiros do Velho Chico. Uma vez bela sempre bela será? Ai meu belo Chico, das águas verdejantes, corrente cristalinas. Onde nasceu a beleza? Dentro da barriga de minha mãe afirma minha preciosa e amante rainha, linda a mais bela das belas de todas as belas. Luma de Oliveira minha filha. Até quando desfrutaremos da beleza do Velho Chico? Onde nasceu a beleza? A beleza nasceu dentro de mim e de você meu amigo de coração bom, que se preocupa com essa fonte de vida. Como evitar a morte do nosso Chico? Há que defenda a construção de uma represa na sua foz, sendo ela controlada pelas mãos dos homes e possibilitando sua transposição para levar água a quem dela precisar. Resta a poesia que muito ajuda a superar a dor de ver de pertinho a morte da fonte de vida e sobrevivência de muitas comunidades nativas que de mãos atada se rende perante os homens de poder. Resta a revolta da natureza que segue castigando como culpados os ribeirinhos e acusado de afogar seu próprio rio, retirando suas águas anunciando sua morte manuseada... Resta à missão do poeta que é gritar através de sua poesia seu pensamento e mostrar os homens de sensibilidade e desprendimentos o real problema e catástrofe futura da morte anunciada do Rio são Francisco. Que a esperança seja o elo forte para que dela agarre a nossa luta e que jamais sejamos vencidos pelo desgaste ou cansaço e que continuemos lutando contra a morte do Rio São Francisco... Depois da obra pronta a contemplação, a admiração e o sorriso ou choro de muitos por não ser ouvidos nem entendidos que o muito é pouco para a divisão do corpo e da alma, como Salomão assim o fez. Chegou o fim de mais uma poesia que vem em forma de suplica gritante de pedir socorro para que possamos viver em perfeita harmonia com o Velho Chico... O Rio São Francisco. Salve o Velho Chico, salve a humanidade que depende do rio para a sua sobrevivência, para sua própria existência. Onde nasceu a beleza? Nasceu dos corações dos homens de bem com a vida e com o banhar nas águas do Velho Chico onde se renova se vitaliza com tanta beleza. "Onde nasceu a beleza que foi abençoada por Deus com suas mãos divina? Nas margens do São Francisco “... Escrito em 06 de fevereiro de 2013, por Orlando Oliveira.