Chuva de gelo

Da janela do meu edifício de lona

Vi o céu se cobrir com um lençol negro

Não hesitei e com meus olhos famintos

Escolhi o horizonte e peguei carona.

Logo tão logo aquele lençol fraco

Começou a mandar pedras de gelo

Acertando em cheio o meu barraco

Imagine! Fiquei naquele estado.

Ainda era dia horas de agonia..

Pedras e pedras caiam

Meu barraco não resistia.

O ralo da cozinha se afogava tanto

Em turbilhão de gelo derretendo.

Peguei minha enxada de borracha

E comecei a cortar em fatias,

Rápido antes que acabasse o dia.

E tal desaguar pudesse tornar uma avalanche.

Ali tentei me defender como pude,

Sob minha trincheira quase fui alvejado,

Por essas pedras gigantes de outro estado sólido.

Vieram daquele lençol negro que vi formar,

Descia sem dó e batia em meu teto

Parecendo um monjolo.

Furou minha cobertura e ainda atingiu o solo,

Mas em cada buraco que ficou na lona,

Colocarei remendo, assim entendo.

Vou escrever numa faixa em forma de apelo

Ao lado direito vou colar um selo

Se acaso formar outro lençol negro

Mande me avisar preciso me precaver

Dessas chuvas de gelo.

Francisco Assis Silva é Bombeiro Militar

Email: assislike@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 24/02/2013
Código do texto: T4156948
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