Esperanças que cintilam...

Cansei de sentir esse tanto amor,

Sol de inverno, ilusão que não cansa;

Flor tão tenaz e bela como uma flor

Do deserto, sem traço verde de esperança.

Das vozes que ouvi, na voz do vento,

Nenhuma me sussurrou em doce alento!

Só queria o máximo da vida poder sugar!

E se é princípio por todos aceito

Que todos têm o direito de amar,

Eu simplesmente exerci esse direito.

Mas, exerci-o sobre outros corações, querendo

Encontrar o que no meu já estava morrendo.

Coração-menino, construí e naveguei, de capitão,

Com meus barquinhos de papel, os meus amores,

Pelas minhas águas mansas da ilusão,

Mas depois revoltas em vendavais de desamores.

E os barquinhos retorcidos e murchos hoje vão

Tristemente levados pela correnteza da desilusão.

Choveu a minha vida, e num céu,

De uma noite sem lua e sem estrelas,

Vaga a minha alma de sonhos ao léu...

Mas cintilam esperanças e eu posso vê-las

No meu encanto que por ti persiste,

Abrindo um sol no meu coração triste!

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 19/03/2007
Reeditado em 30/12/2008
Código do texto: T417905
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