FUTURO OBSCURO
Nada tenho, senão a sorte,
Que mantem-me face da morte,
Por isso ainda aqui estou ,
Sem alguém que me conforte;
Sem saber para onde vou.
Muitos, muitos olhares
Postos sobre meus pesares,
Cobrando, cobrando ações,
Da força dos meus pilares
Sob estrondos dos canhões.
Me desprendo do mundo
Querendo num segundo
Ver a minha vida passar
Tal qual um vagabundo
Correndo pra morte abraçar.
E ainda a dor não se cansa
Desde os tempos de criança,
De estar presente constante
Sufocando a esperança
Deixando-a mais distante.
E neste papel virtual
Que hoje não é mais vegetal,
Onde exponho lamentos
da vida pessoal,
Só fala de sentimentos.
E aqui continuo jogado
Vítima do próprio pecado,
Perdendo oportunidade,
Esperando neste estado
Sonhando com a eternidade.
Mas em vates eu não creio
Não sinto nisso enleio,
Prefiro fazer o meu futuro,
Direto e sem rodeio,
Embora me seja obscuro.
(YEHORAM)