Viúves
Passou pela fome matinal o sabor amargo.
em decomposição, o corpo que grita suas necessidades,
revira-se sobre a cama abandonada. infame viúves.
olhos fechados. trêmulo.
já sem alma o corpo sonha que ama
e a alma ri solitária.
sua alegria ficcional é emblemática
marcas fugidas.
o corpo segue suas matinais sensações, esdrúxulas vivências recobradas.
qual seria teu fel, tua bebida lúgubre?
“levanta-te e anda” oh! corpo
transcorre sol e lua,
sede mais que corpo sem alma
sede este amargo estomacal de tuas matinais lágrimas
sede esta morte amorosa, oriente âmago.
ergue-se por si sem alma,
calma. mão pós mão e os pés entoaram o bailar de outrora
tem tuas rememorações, recobrais tuas alegrias desabitadas
levanta-te corpo, tua alma, chegastes de viagem
ficai despido, a nudez revigora o corpo à alma
como poderá, montar em seu cavalo se não há amor sobre si?
limpai as marcas sanguinárias
Levanta e segue
a vida está na porta de saída. vai!