Viúves

Passou pela fome matinal o sabor amargo.

em decomposição, o corpo que grita suas necessidades,

revira-se sobre a cama abandonada. infame viúves.

olhos fechados. trêmulo.

já sem alma o corpo sonha que ama

e a alma ri solitária.

sua alegria ficcional é emblemática

marcas fugidas.

o corpo segue suas matinais sensações, esdrúxulas vivências recobradas.

qual seria teu fel, tua bebida lúgubre?

“levanta-te e anda” oh! corpo

transcorre sol e lua,

sede mais que corpo sem alma

sede este amargo estomacal de tuas matinais lágrimas

sede esta morte amorosa, oriente âmago.

ergue-se por si sem alma,

calma. mão pós mão e os pés entoaram o bailar de outrora

tem tuas rememorações, recobrais tuas alegrias desabitadas

levanta-te corpo, tua alma, chegastes de viagem

ficai despido, a nudez revigora o corpo à alma

como poderá, montar em seu cavalo se não há amor sobre si?

limpai as marcas sanguinárias

Levanta e segue

a vida está na porta de saída. vai!

Alisson Vital
Enviado por Alisson Vital em 14/03/2013
Código do texto: T4188337
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