NEM TUDO SÃO FLORES

NEM TUDO SÃO FLORES

Nem tudo são flores

Capinzais, rios ou plumas

Esqueça as nascentes

Não restaram folhas

Lá fora o sol se espalha

Por caminhos de pedra

Na vida breve, indigente

Pouco se sabe do espinho

Dos retorcidos galhos

Do orvalho minguado

Do chapéu de palha

Do calo no pé

Do suor e da sede

Do soluço abafado

Do desespero no olhar

As flores se foram

As léguas racharam

As lágrimas caem

Na cacimba ou no pote

Restou a incerteza

O apelo ao vento

O tormento

De onde virão as flores

A calma na calamidade

As bênçãos ao solo sagrado

O verde como consolo

O vale volvendo a vida

Cedo ou tarde

As flores florirão

Mary Fa
Enviado por Mary Fa em 17/03/2013
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