PROMESSAS

Caminho diante das portas

Imaginando-te por trás delas

Qual traz a chave da minha inspiração?

Subo, desço ladeiras

Faço promessas pra Santos que desconheço

Em busca da tua visão

Descuidada numa dessas janelas

Mas só sinto teu cheiro

Exalando de alguma flor

Que não se revela

Os Santos não movem uma palha

E essa angústia só se espalha

Continuo o meu descaminho triste

A ponto de despencar do Morro

Pobre de mim que julgava ser rio

Nesse grito ensurdecedor do vazio

Enlouqueço em tuas ondas

A ponto de me afogar

E descubro, com tanta pena,

Que sou apenas um barco à deriva,

Sem rumo, sem rima, sem rumo,

Em busca do mar.