Flor-de-Maio
As claves dançam na partitura, melodias tristes que celebram o outono.
Reflexão presente, meditação constante, dor latente, tendo em vista todas as perversidades de uma gente de alma cega.
A fúria e a mágoa, lentamente, cedem lugar ao total e completo desapego... E, por que não dizer, cansaço?...
As reclamações não servem mais. O tempo, agora, é o de enfrentar o que for dado. E fazer o melhor.
A vida ganha tons de fantasia. E, apesar do trágico, tudo ganha magia.
Dia após dia. Como um mantra, repetir: só por hoje.
Só por hoje não deixarei que me entristeçam
Só por hoje, nada irá me afetar
Só por hoje, ninguém terá o poder de me machucar
Só por hoje, serei por mim
Só por hoje, eu me bastarei.
Dou de ombros.
Sigo em frente.
Dançando conforme a música
Regido pela clave de fá,
O sublime desabrochar.