“A deriva”
Quando esse bulir conhecido bate a porta
E as lacunas dos dias parecem maiores
A alma dúbia desfalece em mar aberto
Que na sua placidez traga os pensares.
Um nada medíocre, toma o vácuo deixado
O balanço nauseante de pensamentos torpes
Hesitar que impõem para além das certezas
Versos entorpecidos, que morrem nas horas.
Aí sou barco a deriva num mar de palavras
Travadas na soleira da porta de cada poema.
Suicidando o presente, na confusão dos dias
Que na distancia abandona o viço do ontem.
Nas vezes que débil por migalhas implorei
Só tive refugos, sobras de tudo o que doei.
Glória Salles
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A.