PERDÃO
Perdoe-me por não
ter conseguido frear
meus versos enciumados,
por deixá-los atropelar
tua alma delicada
que acordava tão saudosa
não de espinhos,
aridez,
tempestades,
mas de rosas...
Perdoe-me, meu anjo aflito,
Perdoe-me pelo falado
e pelo não dito
trancafiado no porão
desse poeta empoeirado
Mas saibas,
se te consola,
que como em toda colisão
não existe lado ileso
eu continuo ainda preso
colado, algemado
às ferragens dessa poesia
Que sangrou teu coração.