A última valsa

Dança essa última valsa comigo

E que ela seja longa, leve, ardente

Nosso abrigo

A música cai como enxurrada

Em minha alma

Apolo canta e aplaude

O meu rodopio

Pelos canaviais

Até a seca volta atrás

E chove sobre mim

Ou eu chovo sobre a ela?

Já não sei mais...

No meu sertão escaldado

O diabo toca violino

Para acordar todos

Os prazeres adormecidos

E finda por compor

Um sentimento tão lindo

Que preciso batizá-lo

Só amor não dá conta

Paixão é limitá-lo

Quero um nome só meu

E qualquer um que ousá-lo pronunciar

Terá sua língua ferida

E a ousadia mutilada

Por apossar-se de algo

Que é só teu.