“Outros eu”

“Outros eu”

O eu vive a mercê do outro,

mas o outro também é o eu.

O que se vê no outro

é apontado no eu.

O outro é sempre o outro,

mas, o eu, nem sempre, é o eu

O outro, pelo menos, não se esconde;

o eu é covarde e aponta o outro.

O outro, geralmente, já é culpado.

De antemão, o eu o condena

Quem é o outro e quem é o eu?

O outro é a saída para o eu

que está preso pelo outro,

mas o outro não entende o eu

e outros tantos; são tantos outros

que o eu se sente acuado, sempre.

É o outro vigiando o eu

que aponta, sempre, o outro.

No outro há o eu

e no eu o outro

Mário Paternostro